Hérnia de Disco – Dr. Othavio Lopes

Com prevalência em paciente com idade entre 25 e 50 anos, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 8 em cada 10 pessoas sofrem de hérnia de disco.

Você sente dores na região lombar, cervical ou nas costas?  Apesar de comuns, dores nas costas não devem ser normalizadas. Você pode ter hérnia de disco!

 1. O que é hérnia de disco?

A hérnia de disco é uma lesão que ocorre quando parte do disco intervertebral se desloca de sua posição fisiológica e comprime as raízes nervosas que se ramificam a partir da medula espinhal. A herniação pode ser sintomática ou assintomática.

O disco é uma estrutura localizada entre duas vértebras. O disco intervertebral é constituído por uma área central gelatinosa circundada por um anel fibroso. O núcleo gelatinoso funciona basicamente como um amortecedor mecânico. Quando esse material gelatinoso comprime a raiz nervosa surgem os sinais e sintomas de herniação.

A dor lombar é a segunda maior causa de ida dos pacientes aos consultórios médicos. Levantamento realizado pela OMS mostra que somente a dor de cabeça supera a dor lombar. As hérnias ocorrem frequentemente na região lombar, mas também existem herniações nas regiões torácica e cervical. Na região lombar, a lesão normalmente ocorre entre L4 e L5 e entre L5 e S1.

2. Quais são as causas da hérnia de disco?

Algumas causas favorecem a instalação da hérnia de disco, algumas delas são:

  • Obesidade;
  • Sedentarismo;
  • Envelhecimento;
  • Má postura no dia a dia;
  • Movimentos repetitivos no cotidiano;
  • Levantar, puxar ou carregar objetos excessivamente pesados;
  • Ação de inclinar e girar o tronco frequentemente;
  • Movimentos intensos em esportes com impacto ou carga demasiada;
  • Trabalho em que o corpo recebe constantes vibrações.

3. Quais são os tipos de hérnia de disco?

Existem três tipos de herniação que variam de acordo com o seu grau de gravidade, sendo eles:

  • Protusão distal: Representa o tipo mais comum. Essa condição caracteriza-se pelo alargamento do disco intervertebral. Embora perca o seu formato oval, permanece intacto. Devido ao alargamento, as paredes do disco poderão tocar em regiões e áreas de grande sensibilidade nervosa, causando dores e incapacidade de realizar alguns movimentos.
  • Hérnia de disco extrusa: Representa um tipo grave, pois o núcleo já se encontra deformado. Essa condição caracteriza-se pela perda completa do formato original do núcleo. Quando há fragmentação do disco, o líquido gelatinoso sai por meio de uma fissura na membrana, perdendo o contato entre os fragmentos e seu meio interno.
  • Hérnia de disco sequestrada: Representa o tipo mais grave, pois o disco já danificado pode fragmentar-se ao meio. Quando esse rompimento acontece, o líquido gelatinoso adentra o canal medular e pressiona a raiz nervosa, causando compressão contínua, inflamação e dores intensas. 

4. Quando a hérnia de disco é considerada grave?

Na maioria dos casos, a hérnia de disco não é considerada uma doença grave. Essa condição torna-se grave quando o núcleo do disco se encontra deformado ou fragmentado ao ponto de perder completamente o seu formato original.

5. Quanto tempo pode durar uma hérnia de disco?

Segundo a OMS, cerca de 20% da população mundial que tem hérnia de disco não sente dor. Cerca de 80% das dores por hérnia de disco acabam dentro de dois meses, com ou sem tratamento, os 20% restantes irão levar a dor crônica.

6. Quais são os principais fatores de risco da hérnia de disco?

Os fatores de risco são inúmeros e as condições associadas à maior predisposição para o desenvolvimento de herniação são diversas, abrangendo desde causas ambientais até fatores genéticos. Os principais deles são:

  • Tabagismo;
  • Sedentarismo;
  • Excesso de peso;
  • Hereditariedade;
  • Postura inadequada;
  • Movimentos repetitivos;
  • Atividades de grande esforço físico.

7. Quais os sintomas de hérnia de disco?

Os pacientes portadores de hérnia discal apresentam sintomas característicos conforme  a região de acometimento.Todos os seguintes sintomas representam um sinal de alerta:

  • Dor nas costas há mais de três meses;
  • Dor nas costas durante o sono noturno, que permanece ao acordar;
  • Dificuldade para ficar sentado de forma ereta por mais de 10 minutos;
  • Fraqueza em uma das pernas ou nas duas;
  • Formigamento, dor ou dormência nos braços e nas pernas;
  • Incapacidade de ficar de ponta de pé com uma das pernas;
  • Dificuldade extremas para segurar a urina;
  • Redução do rendimento e desânimo para a realização de atividades rotineiras;
  • Dores de cabeça associadas a dores na região cervical que se estendem para os ombros;
  • Dificuldade para se locomover ou levantar algum objetivo.

Ao identificar os primeiros sintomas, busque ajuda médica. Recomenda-se investigar a causa da dor ou do incômodo a fim de tratá-lo de forma adequada. 

8. Como é feito o diagnóstico de hérnia de disco?

O diagnóstico clínico é feito a partir do exame físico, onde o médico especialista busca reproduzir sintomas da compressão neural, além de testar funções neurológicas. Avalia-se o grau de sensibilidade, força motora e reflexos.

Quando há suspeita clínica de hérnia de disco, a confirmação diagnóstica é feita por meio de ressonância magnética (RM). Se houver contraindicação para RM, pode-se utilizar tomografia computadorizada.

Radiografia simples auxilia na detecção de problemas adicionais como espondilolistese e escoliose. Eletroneuromiografia são indicadas apenas em alguns casos específicos a fim de avaliar a condição nervosa dos braços e das pernas.

9. Quais são as formas de tratamento da hérnia de disco?

O tratamento é feito com o objetivo de restabelecer a estabilidade da coluna comprometida com a ruptura da estrutura discal. Não basta sedar a dor, mas restabelecer o equilíbrio da unidade funcional.

A opção de tratamento varia de acordo com a gravidade da doença. Atualmente, a abordagem primária mais utilizada é o tratamento conservador, visando alívio da dor, melhora da capacidade funcional e retardo na progressão da doença.

Preconiza-se o tratamento cirúrgico no manejo da hérnia de disco a fim de garantir o restabelecimento da resistência e estabilidade da coluna vertebral. Sendo esta uma estrutura que suporta grandes cargas, apenas a retirada da hérnia não alcança esse objetivo principal, sendo necessário também a fixação dos elementos operados. 

10. O que fazer para aliviar as dores da hérnia de disco?

  • Atividade física: Após a fase mais dolorosa da hérnia de disco, recomenda-se a realização de atividades físicas para o fortalecimento da coluna e para ajudar a prevenir outras crises de dores. Musculação, pilates e hidroginástica são os exercícios mais indicados para quem possui essa doença. 
  • Mudança de hábitos: A princípio, deve-se realizar as atividades diárias normalmente. Caso a dor se intensifique durante a rotina, o indicado é que os movimentos repetitivos sejam evitados e feitos de maneira mais cautelosa. Usar salto alto, ficar sentado ou agachado por longos períodos devem ser hábitos a serem evitados.

Mantenha o peso ideal: O controle do peso é essencial no tratamento e na prevenção da hérnia de disco, uma vez que a coluna é a estrutura mais importante de sustentação e estabilização, representando o centro de equilíbrio do sistema musculoesquelético.

Fontes:

https://www.unimedfortaleza.com.br/blog/cuidar-de-voce/hernia-de-disco-sintomas-e-causas

https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/biblio-883477

https://www.hong.com.br/hernia-de-disco-o-que-e-causas-sintomas-e-tratamentos/#Fatores_de_risco_para_hernia_de_disco

http://www.luzimarteixeira.com.br/wp-content/uploads/2010/09/hernia-de-disco.pdf 

Dr. Othavio Lopes

Médico Neurocirurgião
Cirurgias de coluna lombar, coluna torácica e coluna vertebral.

CRM: 5298496-5 | Ipanema - RJ

CONSULTÓRIO

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